Resultado Mensal: Versa +3,4%, Fit +1,3%, CDI +0,6%, Ibov +0,8% (Julho/19)

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Resultados Fundos

28-jun-1931-jul-19Variação
Versa7,077,31+3,36%
Fit1,021,03+1,28%
Tracker1,211,23+1,93%
Charger1,131,20+6,62%
CDI aa6,4%6,4%+0,57%
Ibovespa100.967101.812+0,84%

 

No mês de julho a maior parte dos ativos de risco no mundo ficaram de lado ou com leve desempenho positivo a espera de estímulos monetários diante da desaceleração de atividade no mundo. Os dados de PMI, que indicam o ambiente para manufatura, continuaram mostrando crescimento fraco e sequencialmente mais lento nas principais regiões do mundo. Abaixo detalhamos os principais indicadores do mês.

  • Índice de ações de NYC: S&P +1,3%
  • Índice de ações de Londres: FTSE +2,17%
  • Índice Bovespa: IBOV +0,84%
  • Petróleo: Brent estável @ $65/bbl
  • PMI Alemanha -2,28% M/M @ 51,4
  • PMI EuroZone -2,5% M/M @ 46,4
  • PMI China +0,6% M/M @ 49,7
  • PMI EUA -1,19% M/M @ 50,0
  • Câmbio: USD/BRL -0,91%

Guerra Comercial EUA x China: Não havia grandes novidades sobre a guerra comercial entre os EUA e a China no mês de julho, até que na última semana do mês Donald Trump adotou tom mais duro. Trump comunicou via redes sociais que a China está lenta demais em atender as demandas dos EUA, na esperança de uma derrota do Trump na eleição de 2020. Mais conflito comercial entre EUA x China é positivo para a participação do Brasil nas exportações para a China, mas diminui a confiança a nível mundial e limita recuperação de crescimento econômico. Desde esse episódio o ambiente só piorou, com: (1) Trump ameaçando novas tarifas de 10% contra o restante (ainda não tarifado) dos produtos importados da China; e (2) a China permitindo na última 2a-feira (05/08) que sua moeda desvalorizasse para >7,0 RMB/USD.

Brasil: A PEC da reforma da previdência foi aprovada em 1º turno na Câmara dos Deputados no dia 12/07. O texto final manteve o ponto de maior importância fiscal (idade mínima), porem sem o regime de capitalização e sem a inclusão dos estados e municípios. Nossa visão é que a aprovação desse texto foi bem vinda, mas poderia ter sido muito melhor. Com essa reforma a economia esperada pelos principais agentes de mercado é de R$850-900 bi em 10 anos. Importante lembrar que o montante “poupado” não é em relação ao orçamento público de 2019, que deve vir com um déficit ligeiramente acima de R$100 bi. A “poupança” é em relação à trajetória de gastos públicos antes da reforma, trajetória essa que indicava aprofundamento forte nos déficits públicos nos próximos anos. Com isso a sustentabilidade da máquina pública de certa forma ainda depende de novas medidas de redução orçamentária ou maior crescimento econômico. A boa notícia é que nada impede que a agenda reformista, mesmo que aos trancos e barrancos, continue após a reforma da previdência.

FGTS: O governo anunciou a liberação de saques do FGTS e PIS/PASEP no dia 24/07, com impacto esperado de R$42 bi nos próximos 18 meses. Dependendo de qual economista faz a conta, isso contribui entre 0,1% e 0,5% ao PIB. A medida é pequena mas positiva para a atividade econômica, principalmente no setor de varejo.

Emprego: Os dados de emprego do CAGED mostraram uma evolução lenta porem positiva para o país, com criação de 48 mil vagas em junho e 408 mil vagas no ano. O desemprego segue alto, em 12%, mas vem evoluindo gradualmente e deve continuar se o país seguir com a agenda econômica em curso.

Monetário: No último dia do mês o COPOM decidiu por reduzir a taxa SELIC de 6,50% para 6,00%, seguindo a linha de afrouxamento monetário global e reagindo ao baixo crescimento da economia brasileira.

Destaques Setoriais e da Carteira

Imobiliário: As principais construtoras na carteira divulgaram ótimas prévias operacionais para o 2o trimestre. Vendas liquidas vieram com alta forte, levando à venda sobre oferta (VSO) acima de 20% para Trisul, Even e EzTec. Além disso, dois bancos abaixaram as taxas de financiamento para imóveis (Santander e Caixa). Trisul subiu +24%. Even subiu +18%. EzTec subiu +28%.

Varejo: As ações da Via-Varejo dispararam +53% reagindo à: (1) noticia da venda da participação do Grupo Pão de Açúcar na Cia; e (2) volta da família Klein no quadro de acionistas e na gestão da empresa. O anúncio de liberação do FGTS ajudou também. Magazine Luiza também respondeu à notícia do FGTS, subindo +25% e tirando -3,5% de valor da cota do Versa.

Banco-Inter: As ações BIDI4 subiram +62%, impactadas pelo follow-on e criação de units (BIDI11) em um processo que, na nossa visão, foi mal tocado pela bolsa. Na falta de segurança jurídica sobre a capacidade dos doadores de BIDI4 conseguirem converter para BIDI11 no momento da criação das units, os mesmos pediram recall dos contratos de aluguel das ações BIDI4, forçando agentes vendidos a descoberto (como nós) a comprarem ações no mercado para honrar os recalls. É o famoso efeito short-squeeze. O volume comprador forte causa aumento nos preços das ações. Short-squeeze é relativamente comum nos mercados de ações, mas normalmente é efeito de condições normais de mercado. Nesse caso o fato gerador foi a insegurança jurídica causada pelo erro de comunicação da bolsa que não enviou à tempo o comunicado tratando da conversão para os doados. Isso tirou -4.88% da cota do Versa.

Weg: As ações da Weg subiram +11,5% no mês de Julho, respondendo ao cenário de maior estímulo monetário globalmente. Em torno de metade do faturamento da Weg vem de fora do Brasil, e seu negócio é diretamente ligado a atividade industrial.

Proteínas: As ações do setor de proteínas tiveram alta forte no mês. BRF +13%; JBS +17%; Marfrig +5%; Minerva +8%. O setor continuou reagindo ao aumento dos preços de carnes a nível global. Frango subiu +16% no mês. Carne bovina subiu +11% no mês. Carne de porco subiu +56% no mês (dados tirados do índice global de carnes da Bloomberg). O setor ainda reage à queda de produção de carne de porco na China, por conta da Febre Suína Africana. No mês, zeramos nossa posição pequena em Minerva após a empresa divulgar um resultado ruim no 2Q19. Nas nossas contas, a Cia não gera caixa apesar de um ambiente operacional extremamente favorável. A empresa acumula prejuízos causados por, dentre outras coisas, uma linha de despesa que ninguém consegue explicar.

Setor Financeiro: Itaú e Cielo divulgaram resultados que demonstram mudanças no ambiente competitivo do setor financeiro. No lado de bancos, o fechamento de agencias pelo Itaú junto com o lançamento de um plano de demissão voluntária mostram que aos poucos o banco está se adaptando a um negócio cada vez mais digital. Na Cielo a queda de preços mostrou que a empresa está disposta a abrir mão de rentabilidade para defender sua participação de mercado. Não temos posições relevantes nessas empresas.

LivroPosição VersaP&L VersaPosição Fit P&L
Fit
Long207,9%+18,3%110,2%+9,6%
Short-133,9%-11,9%-73,3%-7,1%
Opç Bolsa93,4%-0,8%52,9%-0,6%
Opç Dol-181,0%-0,1%-133,5%-0,3%
CDI+0,6%+0,6%
Taxas-0,5%-0,2%
Resultado+3,4%+1,3%

Destaques Positivos

Δ AçãoVersaFit
VVAR3+52,27%+9,75%+5,15%
TRIS3+23,86%+3,24%+1,70%
EVEN3+5,41%+1,92%+1,03%
EZTC3+27,82%+1,40%+0,75%
LINX3-9,12%+1,36%+0,71%

maiores ganhos em julho

Destaques Negativos

Δ AçãoVersaFit
BIDI4+62,07%-4,88%-2,69%
MGLU3+24,93%-3,49%-1,78%
VALE3-3,88%-1,48%-1,01%
WEGE3+11,52%-1,27%-0,74%
NATU3+8,28%-1,23%-0,70%

maiores perdas em julho